Nunca, como hoje, a vida intelectual impôs, àqueles que a praticam, a necessidade de uma ascese, de uma austeridade material e moral. Porque é pelas nossas esperanças terrenas, por mais justas que sejam em si mesmas, que o mundo de simulacros adquire, sobre nós, credibilidade e poder. Para escapar à sua sedução, às vezes é melhor renunciar mesmo a coisas que seriam de nosso legítimo direito, mas cujo desejo, em tais condições, arriscaria colocar-nos à mercê de nosso pior inimigo. Não que o homem de espírito nada possa ter sobre a Terra, não que ele não possa agir, e agir com poder e eficiência, muito maior mesmo, em seu aparente isolamento e fragilidade, que a dos escravos do poder mundano. Ao contrário, podemos ter e podemos agir. Só o que não podemos é nada esperar do mundo. A verdade só serve a quem é seu escravo, e ela se…
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